Monday, November 22, 2010

Oliver Stone: "Um momento histórico da América do Sul. Nada parecido desde Bolívar, desde 1820..."

"Hey... Esses caras estão mudando a América do Sul...
Antes, nós expulsávamos os reformadores, um após outro..."

Oliver Stone & Tariq Aziz
"Ao Sul da Fronteira"
no Democracy Now!
PARTE II


Entenda, no trecho de entrevista a seguir, como um cidadão de alto nível, herói de guerra, chega a se indignar com o seu próprio país ao ver de perto tanto mal sendo feito por tanto tempo, em tantos lugares, o tempo todo.

Ao ponto de empregar o melhor de seu reconhecido talento como ferramenta de conscientização para que todos possam abrir os olhos e reagir a tantas injustiças e distorções sendo "exportadas" - ou distorcidas internamente - para prejudicar tantos países irmãos ou, talvez ainda pior, patrícios irmãos.

Países e gentes que podem perfeitamente compartilhar harmônica, próspera, pacífica e democráticamente um vasto continente abundante em recursos, capaz de propiciar um desenvolvimento pujante e, ao mesmo tempo, sustentável, solidário e justo para todos.



Dos recordistas em Oscars de Melhor Diretor, desde o início da premiação em 1928, apenas 01 foi laureado 04 vezes e apenas 02 foram laureados 03 vezes, todos falecidos. Dos laureados com 02 Oscars, apenas 04 continuam vivos, Oliver Stone entre eles, laureado por Platoon, em 1986, e Nascido em 04 de Julho, em 1989.

Muito antes, porém, Oliver Stone já havia recebido seu primeiro Oscar, em 1978, pelo Melhor Roteiro Adaptado para o legendário Expresso da Meia-Noite.

Outro de seus de filmes, Wall Street, deu o Oscar de Melhor Ator para ninguém menos que Michael Douglas.

Entre suas quase duas dezenas de sucessos aclamados por Hollywood, os filmes investigativos sobre a história, a história do presente sobretudo, acabaram virando uma de suas especialidades.

Ele já levou para as telas três presidentes americanos em JFK, Nixon e W.

Já focou na ganância do setor financeiro em Wall Street, "hit" de Hollywood, e na sua seqüência, Wall Street 2: Money Never Sleeps, lançado no Festival de Cannes em maio.

E abordou os aspectos mais controversos da guerra, em seus clássicos Platoon e Nascido em Quatro de Julho.

O aclamado Platoon é, de certa forma, autobiográfico.

Oliver Stone viveu os horrores da guerra por dentro.

Ele é Veterano da Guerra do Vietnã. E duas vezes condecorado. 

Com a Estrela de Bronze e com o Coração Púrpura.

Foi exatamente depois de voltar daquela guerra sem o mínimo sentido, que Oliver Stone "sentiu-se chocado" ao não ver sentido nenhum na presença de tantos soldados do seu país, como ele o fora um dia, em tantos lugares das Américas Central e do Sul por onde ele passava, viajando, 15 anos depois de voltar do inferno no Vietnã.

Perplexo, começou a se interessar pelo assunto e buscar respostas, ou melhor, como cineasta, tentar documentar respostas em película.

Daí nasceram vários filmes sobre o continente como Salvador, Comandante e Looking for Fidel.

Em seu último filme, South of The Border (Ao Sul da Fronteira), lançado em junho tanto nos Festivais de Veneza e Cannes quanto na América Latina e Estados Unidos, Oliver Stone pega a estrada pela América do Sul e se encontra com 07 Presidentes no continente.

Suas impressões - bem como as do co-roteirista do filme, o comentarista político, historiador, ativista, cineasta, romancista e editor britânico-paquistanês Tariq Ali - não poderiam estar postas com mais clareza quanto nesta entrevista modelar concedida em junho de 2010 a Amy Goodman e Juan Gonzalez do Democracy Now!

Seu testemunho vivo, presencial, seu olhar "estrangeiro", sobre o que se passa em nosso país e em nossa tão próxima e ao mesmo tempo distante vizinhança, bem como a sua convivência permanente com as mensagens e percepções difundidas pelos meios de comunicação desde o Alaska até a Patagônia, nos dão a tão necessária medida, o contraponto equilibrado e a transparência há tanto turvada e omitida, para que possamos - em contrapêso ao côro uníssono das outras muitas fontes que, entrentanto, comungam obviamente de interesses convergentes - para que possamos balancear pesos e contrapesos e chegarmos a nossas próprias independentes e soberanas conclusões.

E que as câmeras de Oliver Stone nos tragam um pouco mais de luz para nossa ação!

Finalmente, cabe aqui repetir a assertiva: nada justifica que um filme dirigido por um dos mais premiados diretores de Hollywood e que é exatamente sobre nós e nossa história do presente, não seja divulgado e promovido exatamente entre nós como qualquer outro filme muito menos qualificado o seria.

Continuarei a legendar a brilhante entrevista de Oliver Stone e Tariq Aziz para o Democracy Now.

Para quem quiser antecipar-se, entretanto, ela pode ser encontrada com transcrição em inglês em:

Democracy Now!

Diante da virulência com que o filme foi recebido, Oliver Stone montou um "site de guerra" extremanete bem lastreado quanto às distorções na Grande Mídia Estadunidense e trazendo documentos que envolvem diretamente a CIA no Golpe-de-Estado contra Chávez em 2002. Vale conferir (em inglês) em:

South of The Border

Esta é uma discussão bastante ampla.

Engrenada à máquina da Grande Mídia estão as máquinas da Distribuição Cinematográfica, da Produção Fonográfica, da Realização de Eventos e muitas outras.

A manipulação da informação dentro de nossas fronteiras não se dissocia da mesma manipulação interna a cada país e da máquina global de propaganda, estejam todas e cada uma coordenadas ou não.

As Grandes Fábricas de Mitos. 
Os Grandes Moinhos de Heróis.


Veja também:

O Grande Lançamento do Ano - Num Cinema Bem LONGE de Você!
A Falsa Democracia (por José Saramago) e a força do Brasil
9/11 (Tue) > ¡Viva Chile! And peace be upon US as so! 


No comments:

Post a Comment